A grande capacidade de adaptação das bactérias está associada à estrutura genômica, que garante a troca de genes entre as bactérias, usando para isso elementos não cromossômicos: plasmídios, transposons e até bacteriófagos. Estes últimos destroem as bactérias hospedeiras, mas podem carregar e espalhar genes bacterianos.
· A causa primária é a mutação espontânea e a recombinação dos genes (reprodução), que criam variabilidade genética sobre a qual atua a seleção natural, dando vantagens aos mais aptos. As drogas atuam como agentes seletivos, favorecendo as raras bactérias resistentes presentes na população.
· O uso abusivo dos antimicrobianos contribui para aumentar a pressão seletiva dessas drogas, criando ambiente muito favorável às bactérias resistentes.
· A indicação indiscriminada de drogas por médicos.
· A auto medicação de pacientes (toma-se na dose errada e em situações erradas como gripe por exemplo. Lembre que os antibióticos só atacam células e os vírus são acelulares).
· O uso como aditivo em rações animais, principalmente para aumentar o peso.
· A tecnologia do DNA recombinante, que permite criar organismos transgênicos, quase sempre usa como vetores pequenos plasmídios. Como em geral estes contêm genes de resistência a drogas, o produto final pode ser contaminado.
· Um só gênero de bactérias do solo, o Streptomyces, produz mais de 50% dos antibióticos disponíveis no mercado.
· A maior imunodepressão dos pacientes, decorrente da AIDS, quimioterapia e maior freqüência de transplantes.
Mecanismos genéticos de resistência
1. Resistência plasmidial
Além do DNA cromossômico, as células bacterianas podem conter pequenas moléculas circulares de DNA denominadas plasmídios.
Certos plasmídios possuem genes responsáveis pela síntese de enzimas que destrõem um antibiótico antes que ele destrua a bactéria. São os chamados plasmídios R (de resistência aos antibióticos). Eles também possuem genes que permitem sua passagem de uma bactéria para outra (fator F).
Quando dois ou mais tipos de plasmídios R estão presentes em uma mesma bactéria, os genes de um deles podem passar para outro por recombinação gênica: conjugação, transformação e transdução. Esse mecanismo faz com que surjam plasmídios R portadores de diversos genes para resistência a diferentes antibióticos.
Os plasmídios podem estar integrados no cromossomo, sendo capazes de transferir genes cromossômicos. Muitos são promíscuos, isto é, passam o gene de resistência para espécies não aparentadas geneticamente.
2. Resistência cromossômica.
Como a resistência cromossômica depende de mutação espontânea, evento raro, ela é dirigida quase sempre a uma só droga e os genes são transferidos com freqüência relativamente baixa. Por isso, seu impacto clínico é menor que o da resistência plasmidial.
Não podemos nos esquecer ainda , que bactérias sensíveis podem receber, de graça, genes cromossômicos mutantes de bactérias já resistentes, através dos processos de transformação, conjugação e transdução.
3. Transposons
Descobriu-se em 1974 que grande parte dos genes de resistência considerados plasmidiais ou cromossômicos estão localizados sobre transposons e apresentam as propriedades destes: disseminação rápida dentro da célula ou entre célula.
Os transposons são segmentos de DNA com grande mobilidade, eles codificam a enzima transposase - responsável por sua transferência para outros segmentos de DNA. Eles são promíscuos: criam as variações invadindo diversos sítios do DNA hospedeiro, mas às vezes exageram, produzindo mutações letais.
Mecanismos de reprodução em bactérias
1. Conjugação: transferência de material genético (DNA plasmidial e/ou do cromossomo) entre duas bactérias através de um tubo de conjugação.
2. Transdução: transferência de material genético entre duas bactérias feita por um vírus bacteriófago.
3. Transformação: incorporação de um material genético livre no meio por uma célula bacteriana.
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